Esse texto retirei do jornal "Diário do Comercio" de Belo Horizonte escrito em 1994, não tenho o nome do autor. Copiei na minha agenda daquela época e agora lembrei e resolvi postar.
"NÃO TEM MAIS AQUELA MUSIQUINHA"
Talvez seja difícil para alguns entender aquele gostinho de correr contra o tempo, enfrentar as dificuldades e adversidades para vencer o asfalto, sentado no volante de um carro. Mesmo que isto signifique arriscar a própria vida.
Como que alguém pode achar interessante: arriscar a rodar com um carro a mais de 160km por hora?; ficar sem freio atrás de um outro veiculo ou travar o freio e a direção e você ir para fora da pista?; ou ainda outro veiculo lhe dar uma fechada ou bater e lhe jogar para fora da pista? É incrível imaginar que se goste deste fascínio por vencer os próprios limites, acreditando sempre quando vem um infortúnio, que Deus esteve lá do nosso lado e não era a hora, Ele está sempre lá.
Talvez seja difícil para os nossos filhos entender, no futuro, que um piloto de corrida mostrou muito mais que tudo isso, que ultrapassou o limite das pistas e ensinou a não deixar cair uma bandeira (mesmo que o futebol não fosse o mesmo): isso se chama brasilidade, aquela chama de amor, fé e esperança que habita o peito de cada brasileiro que luta a cada dia por uma tempo melhor. ...
...Aquele piloto virou um ídolo nacional porque ao segurar aquela bandeira conseguiu transmitir a um povo sofrido esta mensagem de luta. De quem sabe que como o futebol, no automobilismo, ou na própria vida, é preciso enfrentar as adversidades com garra e fé, enfrentar as adversidades da vida de peito aberto e conseguir transformar derrotas em vitoria. Ultrapassar e vencer obstáculos, fazer aquilo que se gosta com coragem, profissionalismo e determinação.
Por isso tudo, através daquela telinha virou amigo,e exemplo de todos como: Emerson, Piquet, Pace... e a cada vitoria no domingo era uma vitoria de um povo vinha aquela musiquinha. E na segunda-feira existiam mais animo e alegria para se enfrentar a vida.
Pois é! agora não tem mais aquela musiquinha. Ficamos perplexos, alguns culpam o carro, outros a pista e outros dirigentes da F1. Infelizmente agora é tarde, ele se foi, difícil acreditar.
Perguntamos-nos o que Deus poderia esta nos dizendo quando perdemos alguém que nos proporcionou tantas alegrias? E talvez a resposta fosse que precisamos nos importar menos com o dinheiro e dar mais valor as pessoas e seus sonhos. E ainda que é preciso cuidar da maquina, o nosso pais e outros fatores terrenos para que eles nos proporcionem, com segurança, condições de desempenharmos o nosso potencial para alcançarmos aquilo que desejamos.